
A Igreja do Brasil, desde 1971, dedica o mês de setembro à Bíblia. A escolha desse mês está associada à memória de São Jerônimo (341), exímio tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras, celebrada no dia 30.
A Bíblia surge a partir da experiência de fé do povo de Israel com o Deus que se revela na sua própria história. Em cada texto das Escrituras, podemos conhecer a vida desse povo e sua relação com Deus, marcada pelas mais diversas contradições: fé e incredulidade, fidelidade e infidelidade, liberdade e escravidão, vitórias e derrotas, força e fraqueza, amor e ódio, justiça e injustiça, coragem e medo, confiança e desconfiança, acertos e erros, sabedoria e insensatez.
Antes de ser escrita, a Bíblia foi vivida, narrada (Tradição Oral) e recordada: “Recorda os dias que se foram, repassa gerações e gerações... Pergunta ao teu pai e ele contará, interroga os anciãos e eles te dirão” (Dt 32,7). O povo, que da Palavra se recordou, escreveu sob a inspiração divina (2Pd 1, 21). Deus falou aos humanos de modo humano. Afirma o Magistério da Igreja: “Todavia, para escrever os Livros Sagrados, Deus escolheu homens, que utilizou na posse das faculdades e capacidades que tinham, para que, agindo Deus neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que ele quisesse” (DV, 11).
Os primeiros escritos da Bíblia surgem na época do reinado de Salomão (900 a.C.) (partes do Pentateuco- cinco primeiros livros da Bíblia) e os últimos, no final do século I ou meados do século II (Segunda Carta de Pedro). Apesar de ter sido escrita a milhares de anos atrás, a Bíblia continua atual, pois se trata da Palavra de Deus que não se limita aos condicionamentos do tempo. Nela, o homem de hoje e de amanhã podem descobrir a vontade de Deus para as suas vidas.
A Palavra de Deus é de grande eficácia: corrige, instrui, educa, “a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda a boa obra” (2Tm 3,16-17). Ela é remédio que cura; alívio para as nossas angústias; vinho que alegra o nosso coração; mel que dá sabor a nossa vida; água viva que sacia a sede do peregrino; pão celeste que alimenta nossa alma; sabedoria que nos conduz pelas veredas da prudência; lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl 119,105). A sua mensagem transmite amor, alegria, esperança, coragem e paz. Por ela, muitas vidas foram transformadas, ideais construídos, compromissos assumidos.
Todo o conteúdo da Bíblia foi escrito para a nossa instrução e proporciona perseverança e consolação (Rm 15,4; 1Cor 10,11). Desse modo, podemos dizer como o autor do livro dos Macabeus: “Temos por consolo os livros santos que estão em nossas mãos” (1Mc 12,9).
Sejamos homens e mulheres famintos e sedentos da Palavra de Deus. Como Maria, somos convidados a guardá-la no coração e vivê-la cotidianamente.
PARA REFLETIR:
· Que lugar a Palavra de Deus ocupa na sua vida?
· Quanto tempo você tem dedicado para leitura, escuta e meditação da Palavra do Senhor?
· Busco pautar meu ser e agir conforme os ensinamentos contidos na Sagrada Escritura?
· Em que a Palavra de Deus tem sido útil na sua vida?
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