"MARIA: A MULHER CHEIA DE GRAÇA"

Maria, então, disse: Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus em meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1,46-49).

O poeta gaúcho, Mario Quintana, disse com maestria: “Há três coisas neste mundo cujo gosto não sacia... É o gosto do pão, da água, e o doce Nome de Maria”.
O nome de Maria expressa a beleza e a importância da mulher que ela foi e é: “Amada por Deus”, “queridinha de Deus”. Seu nome revela a essência Divina: Deus é amor. No ventre de Maria, Deus manifesta seu amor pela humanidade, gerando o Salvador do gênero humano.
Maria de Nazaré. Porque não dizer Maria de tantos títulos, de tantos lugares e culturas. A humildade de Maria ultrapassou as fronteiras de Israel e conquistou o mundo, cumprindo assim a profecia que a mesma proferiu em seu canto: “Doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).
Maria é reconhecida como grande porque se fez pequena, reconhecida como Senhora/Rainha porque se fez serva humilde do Altíssimo Pai Celestial.
Maria, mãe de Cristo e dos homens é a cheia de graça. Deus a escolheu entre todas as mulheres da terra para ser a mãe do Salvador. Com sua vida proclamou que o Senhor fez maravilhas em seu favor.
Maria foi uma mulher repleta de alegria. Fez de sua missão de mãe e discípula de Jesus um serviço alegre. A alegria de Maria nasce do coração de Deus que olha para sua serva e realiza maravilhas em sua vida. Maria foi uma mulher que experienciou uma dupla felicidade: a de ser mãe e discípula de Jesus. Ela faz parte por excelência do número dos bem-aventurados, daqueles para os quais Jesus disse: “Felizes, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 11, 28).
Maria teve muitas alegrias em sua vida:
Primeira alegria de Nossa Senhora: A anunciação do Senhor: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Maria se alegra por receber a notícia do arcanjo Gabriel de que seria a mãe do Salvador: A alegria da jovem judia de Nazaré era a expressão de todos aqueles que esperavam a vinda do Messias, do Ungido do Senhor. Em Maria os anseios do povo da Antiga Aliança tornaram-se realidade. Com Maria, aquela que “encontrou graças diante de Deus” (Lc 1,30), o povo da Nova Aliança alegrou-se pelo anúncio da salvação;
Segunda alegria de Nossa Senhora: A visita de Maria a Isabel. Maria percorre as estradas da Judéia para anunciar a sua prima Isabel a sua alegria pelas maravilhas realizadas do Senhor em sua vida;
Terceira alegria de Nossa Senhora: O nascimento de Jesus. O Nascimento do Redentor foi para Maria e para todo o povo motivo de grande alegria;
Quarta alegria de Nossa Senhora: A Ressurreição do Senhor. O coração de Maria exultou de alegria ao encontrar-se com seu Filho ressuscitado;
Quinta alegria de Nossa Senhora: A Ascensão do Senhor. Ao testemunhar com a Igreja a glorificação do Cristo, todo o ser de Maria é envolvido pela alegria. Sua alegria é um sentimento profundo de quem tem a plena confiança de que cumpriu com fidelidade a sua missão de mãe até o fim. A alegria de Maria é a da nova Eva, que põe sua confiança no Pai, que em seu filho, o novo Adão, nos faz subir aos céus;
Sexta alegria de Nossa Senhora: A infusão do Espírito Santo. Maria se torna herdeira das promessas de seu Filho aos seus seguidores. O Senhor prometeu àqueles que haviam crido nele que enviaria o Espírito Santo. Esta promessa se cumpriu na vida de Maria, quando no cenáculo, no dia de Pentecostes, recebeu mais uma vez o Espírito Santificador;
Sétima alegria de Nossa Senhora: A sua Assunção. Maria foi elevada de corpo e alma à glória celeste, onde sentou-se à direita de seu Filho, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Maria nos ensina que a verdadeira alegria funda-se na entrega plena de si mesmo, procurando em tudo realizar a vontade do Pai. Maria nos indica que quando nos abrirmos a graça de Deus, maravilhas são realizadas em nossas vidas, pois “para Deus, com efeito, nada é impossível” (Lc 1,37).
Maria tem grande importância na História da Salvação. Por meio de seu sim, Deus faz uma nova e definitiva Aliança com a humanidade, enviando seu Filho para redimi-la. Ela é a nova Eva, como afirmou Santo Irineu: “Como Eva da palavra de um anjo (demônio) foi induzida a abandonar Deus transgredindo a sua Palavra, assim aquela que recebeu do Anjo o alegre anúncio de trazer Deus, obedecendo a sua palavra. Eva se rebelou contra Deus, Maria se prostrou para obedecer a Deus e assim se torna advogada da virgem Eva. E como por meio de uma virgem o gênero humano foi condenado a morte, por meio de uma Virgem foi salvado, permanecendo contra balançada a desobediência virginal a virginal obediência. Reparado o pecado do primeiro homem por obra do Primogênito, superada a astúcia da serpente pela simplicidade da pomba (Maria), caíram as correntes que nos amarravam a morte”.
A Maria rendemos homenagens porque é Mãe de nossa Luz, de nossa Vida, mãe da nossa Salvação: Jesus Cristo. Afirma santo Elredo: “Quem não honra a mãe, sem dúvida alguma, despreza o filho”. Homenagear Maria é uma atitude própria dos filhos que cumprem o mandamento do Senhor, que diz: “honra teu pai e tua mãe (Dt 5,16)”.
Maria é o modelo de fidelidade ao Senhor para os homens e mulheres de todos os tempos, culturas, raças e religiões. Na escola de Maria, onde o Mestre é aquele a quem ela acolhe no seu ventre e nos seus braços, aprendemos que a maior homenagem que podemos prestá-la consiste em procurar viver o seu mandamento: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).
A verdadeira devoção a Nossa Senhora não consiste numa prática exterior (aplausos, louvores, preces), mas numa decisão interior de querer consagrar-se totalmente para Deus e aos irmãos, como fez a mesma. Aproximar-se de Maria significa experimentar da graça de Deus que foi derramada em sua vida.
Sobre Maria resta-nos meditar o que disse Martinho Lutero: “Maria é a mulher mais elevada e a pedra preciosa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo... Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade personificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras... Nenhuma mulher é como tu! És mais que Eva ou Sara, sobretudo, pela nobreza, bem-aventurança, sabedoria e santidade!” (Sermão na Festa da Visitação em 1537).

PARA REFLETIR:
· Já tomei a decisão de consagrar todo o meu ser a Deus como fez Maria?
· A minha resposta aos apelos de Deus é positiva como foi a de Maria ou negativa?
· Estou aberto para acolher a graça de Deus?
· Onde se encontram as suas alegrias?
· O que tem alegrado o seu coração?
· Qual a contribuição que você tem dado para que Deus possa continuar realizando seu plano de salvação?

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