"Vi, então, o céu aberto" (Ap 19, 11)


Vinde pais e vinde mães, vinde todos à missão! Foi esse o convite que ressoou dos lábios dos filhos de São Francisco e das religiosas das diversas congregações franciscanas para o Povo de União dos Palmares, na zona da mata do Estado de Alagoas, nos dias 15 a 22 de julho de 2007, com a realização das Santas Missões Populares.
A convite dos Missionários da Sagrada Família: Pe.Irmael (pároco), Pe. Carlos e Pe. Iran, que ali pastoreiam o rebanho do Senhor e sob a coordenação do Frei Rinaldo, durante uma semana, as sandálias dos missionários Capuchinhos: Fr. Cláudio, Fr. Evandro, Fr. Ednalisson, Fr. Fernando, Fr. Genivaldo, Fr. Gilberto, Fr. Joatam, Fr. João, Fr. Luciano, Fr. Manoel André, Fr. Marcelino, Fr. Nunes, Fr. Rufino, Fr. Tiago (Fraternidade de São Félix de Cantalice - Recife), Fr. Aureliano, Fr. Carlos, Fr. Edivan, Fr. Edvaldo, Fr. Jociel, Fr. Helio (Fraternidade Nossa Senhora da Penha - Recife), Fr. Airton (Fraternidade Nossa Senhora da Conceição - João Pessoa - PB), Fr. Marcelo, Fr. Romildo (Fraternidade Nossa Senhora do Rosário – Recife), Fr. Paulo, Roberto, Wildson (Fraternidade Nossa Senhora dos Remédios – Catolé do Rocha - PB) e das religiosas: Ir.Miriam, Ir. Darlene, Ir. Edna (Franciscanas de Maristella), Ir. Lília, Ir. Lucicleide (Franciscanas do Coração Imaculado de Maria), Ir. Creuza, Ir. Edinaura (Capuchinhas da Anunciação), Ir. Marcília, Ir. Clara, Ir. Fátima (Franciscanas do Bom Conselho) percorreram, incansavelmente, cada recôncavo da cidade de União dos Palmares para que todos os corações se inflamassem e ardessem de amor por Jesus Cristo.
Nesse chão histórico, que traz as marcas do primeiro e maior movimento de resistência da escravidão negra das Américas, o Quilombo dos Palmares, convivemos, conhecemos, escutamos, aconselhamos, aprendemos e fomos acolhidos com entusiasmo pelo povo palmarino.
Na entrada da cidade o Povo de Deus acolheu com grande expectativa a chegada dos operários e operárias da Seara do Senhor. Nos seus braços e abraços, fortes e sinceros, nos sentimos amados. Fomos recebidos com festa. Razões não faltavam, pois era a primeira vez que era realizada as Santas Missões Populares com os Frades Capuchinhos na Paróquia, uma vez que o peregrino, frei Damião tinha apenas passado por lá, sem nunca ter realizado uma Santa Missão.
A partir do tema geral: Projeto da Salvação, foram feitas reflexões abordando as seguintes temáticas: chamado de Deus, a criação, destruição do projeto de Deus (pecado), restauração do Projeto de Deus, Igreja (continuação da Obra de Deus), O Espírito Santo, Maria e o Novo Céu e Nova Terra.
Foi uma semana de graças e bênçãos, onde as realidades do Céu desceram a terra. Como São João, dizemos: “Eu vi uma grande multidão incontável” (Ap 7, 9) de homens e mulheres, crianças e jovens, que escutando a voz do Senhor, despertados do sono do comodismo, se dispuseram a participar de forma ativa e consciente das Santas Missões Populares.
Nas madrugadas, muitos não se esquivaram de fazer parte da caminhada do Povo de Deus, que em marcha peregrinavam rezando, cantando os louvores ao Deus da Criação, suplicando a sua misericórdia. Foi lindo contemplar a presença de uma multidão reunida no Santuário, debaixo de uma grande “palhoça” que nos recorda a “Tenda do Encontro”, onde Deus falava com seu povo (Ex 33, 7-10), para ouvir a Palavra de Deus e oferecer junto com o pão e o vinho, no altar do Senhor, suas lidas cotidianas e suas vitórias.
Um dos momentos fortes celebrativos foi a Missa em memória dos setenta e três anos da partida do Padre Cícero para a Casa do Pai. Uma multidão de romeiros de chapéus na mão saudaram com emoção o “Patriarca do Nordeste”.
A Santa Missão ainda foi marcada pelos seguintes eventos: celebrações da Eucaristia em cada setor visitado, com os doentes, com as cozinheiras e crianças do Projeto MIRIM (ONG que acolhe meninos de rua); procissão com o Santíssimo, procissão e bênção com motoristas, motoqueiros, ciclistas, cavaleiros e motoqueiros; confissões. Também houve encontros com grupos específicos: mulheres, homens, jovens e crianças; bênçãos dos animais; apresentações culturais; gestos de solidariedade: arrecadação de gêneros alimentícios para os irmãos mais necessitados, como também, realização de uma campanha para a construção de uma casa para uma paroquiana. Foram firmados compromissos com a “mãe natureza”: em cada setor onde ocorreram as celebrações foi entregue uma árvore aos dirigentes da comunidade, para que a plantando, se recordassem do cuidado que deveriam ter para com a preservação do meio ambiente, hoje ameaçado de destruição devido aos crimes ambientais cometidos por uma sociedade sedenta pelo ter e pelo poder. Ainda aconteceram visitas: a Casa dos Pobres, aos Hospitais, a penitenciária, ao assentamento do Movimento Sem-Terra, a Serra da Barriga e as famílias.
A visita às famílias foi uma das experiências mais significativas da Santa Missão. Católicos, evangélicos e irmãos de outros movimentos religiosos, não abriram somente as portas de suas casas, mas, sobretudo, escancararam as portas dos seus corações para que no chão das suas existências a semente do Evangelho pudesse crescer e produzir grandes e saborosos frutos.
Alguns desses frutos pudemos testemunhar: muitos irmãos retornaram para o seio da Igreja, vidas foram transformadas por meio Sacramento da Penitência, famílias se reconciliaram, corações foram aliviados de fardos pesados, esperanças foram renovadas, em muitos a fé foi fortalecida pela eficácia da pregação da Palavra de Deus; compromissos foram assumidos e almas foram resgatadas da “lama do pecado”.
A Santa Missão foi de fato a celebração da festa da vida, que jamais terá fim, pois como bem diz o canto, repetido tantas vezes na Missão: “quando acabar na terra, no Céu vai continuar”.
A Missão não terminava, quando na manhã do Domingo (22/07/2007) plantávamos o Santo Cruzeiro, sinal maior de que naquela terra foi anunciada a Doutrina da Cruz (paixão, morte e ressurreição de Jesus). Plantando o Cruzeiro cada um era chamado a assumir o compromisso de ser missionário (a), testemunha de Jesus, como foi Santa Maria Madalena, padroeira da cidade de União dos Palmares.
A Semana Missionária foi concluída com a celebração da Santa Missa presidida pelo Ministro Provincial dos Capuchinhos, frei Franklin Diniz. Com o coração repleto de alegria os missionários agradeceram ao Deus da Vida, origem de toda missão, pela eficácia que foi a Santa Missão.
Aos irmãos (as) de União dos Palmares, nossos sinceros agradecimentos. Nas nossas orações continuaremos a rezar por cada um de vocês para que continuem progredindo na fé, na esperança e no amor. Nas nossas memórias e nos nossos corações guardaremos cada momento que convivemos juntos. Como o apóstolo Paulo nos resta dizer: “Irmãos, já faz algum tempo que estamos separados de vocês, longe dos olhos, mas não do coração, e por isso temos o mais vivo e ardente desejo de tornar a vê-los” (1Ts 2, 17).
“Que o Próprio Senhor da Paz lhes conceda a paz, sempre e de todos os modos. O Senhor esteja com todos vocês” (2Ts 3, 16).

Um comentário:

Anônimo disse...

Tomei a Liberdade de adicionar LÓGOS - Frei Rufino Pinheiro no Blogs Católicos.

Peço-lhe se possível inserir o link do Blogs Católicos no seu blog. Desde já obrigado!

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