
O Cristo da minha contemplação não revida, não responde aos insultos. É capaz de silenciar diante daqueles que o caluniam: “Mas Jesus não respondeu mais nada” (Mc 15, 5). Ele nos ensina que o silêncio é a atitude dos homens que têm consciência do que estão fazendo. Quantas vezes agredimos o outro que nos critica, que nos questiona. Silenciar torna-se difícil quando o nosso ego que reinar, quando quer se sobrepor ao outro.
Só quem tem um coração manchado pelo ódio agride o outro verbalmente. Diz uma história que certa vez um discípulo perguntou ao seu mestre: por que as pessoas quando estão discutindo gritam tanto, mesmo estando tão próximas? “É porque seus corações estão distantes”, respondeu o mestre.
O silêncio é a linguagem do coração humilde, do coração que ama, do homem prudente: diz uma lenda que um mestre foi caminhar com seu discípulo por lugares desconhecidos. Durante a caminhada alguém se aproximou e começo a insultá-los em língua alemã. O discípulo angustiado com tamanhas agressões verbais, disse ao Mestre: responde, você não entende e fala alemão? Respondeu o mestre: entendo e falo alemão, espanhol e inglês, mas aprendi também a silenciar em alemão, espanhol e inglês.
Ele não tem um coração repleto de ódio: Mesmo sendo traído pelo amigo, que lhe oferece o beijo da traição (Mt 26, 49) mesmo sendo negado por Pedro, que por três vezes afirma não conhecê-lo (Jo 18, 17. 25-27), mesmo abandonado pelos outros discípulos, que fugiram (Mt 26, 56), Jesus está disposto amar, sendo capaz de chamar de amigo aquele que o trai (Mt 26, 50), de olhar com ternura para aquele que o negara (Lc 22, 61), de consolar as piedosas mulheres que se compadeciam de sua dor (Lc 23, 27-31), de perdoar todos aqueles que foram responsáveis pela sua morte: “Pai, Perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo” (Lc 23, 34).
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